quinta-feira, 21 de maio de 2015

E quando você vê passando, naquela sensação do indo mesmo, gerúndio que vai tirando de você aos poucos, uma nostalgia toma conta. Vai levando, sempre para longe, tudo o que julgou seu, de posse, sentimento, insubstituível. Não se mostra mais claramente como antes, mas turvo e distante. Ficando assim, inalcançável aos dedos, caindo da palma. O gosto sumindo, na foto, esmaecendo. O odor ainda que bom, deixando de existir, na boca, o paladar e sabor perdendo. Vão a paixão, o amor, todas as sensações. Esvaziando, desocupando. O vazio e vácuo abrindo. E, por fim, um grande espaço surgindo para, enfim, o novo ocupar, sorrindo.

04/04/15
Não. Não... Pode parar. Ficar me analisando não vai ajudar. Não é para compreender tudo na vida, algumas coisas são apenas para sentir.

01/04/15
Fazendo um não com a cabeça, ela foi honesta.
Não, não... - Repetiu com palavras.
Mas a vida, disfarçada de gente, não desistia.
Com o dedo indicador fazia gesto de "venha, chegue mais".
Para quê? Já não debochou o suficiente? - Negou-se novamente. - Olha, vou ser sincera. Prefiro doer e sangrar a ser permissiva. Não combina com minha personalidade. Sou de opinião formada. Sou bambu, eu vergo justamente para não quebrar, de tamanha rigidez. E, fazendo sempre do meu jeito, tenho sobrevivido às tempestades que jorras em minha cabeça. Sou fênix. Sou de chegar ao fundo do poço apenas para provar que sou foda, pois bato meus pés e dou impulso pra volta. Segue adiante, vida que finge ser boa. Boa mesmo aqui, sou eu.
Piscando coquete um olho, lança um beijo a sua tendenciosa e falsa algoz. 
E esta, finalmente, é obrigada a concordar.

30/03/15
Não há o que pague, assim como não há dificuldade e luta maior que ser eu mesma. Passar pelos achismos, pelos preconceitos ou mesmo por cima dos meus próprios medos. Mas vale cada segundo de vida vivida por minha livre identidade.

24/03/15
De binóculos e lanterna...
À procura, assumidamente.
Sem medo, sem dor, sem expectativas.
Crendo possível, olhos abertos, pés no chão.
Não temo, esse é meu bem, meu mal.

20/03/15
Deixe-me ser como realmente sou.
Minha digital, minha identidade.
Nunca prometi simplicidade.
Mas expus meus turbilhões com honestidade.

19/03/15
Sentei. Parei de procurar. Não busco mais.
Fiquei exigente demais. O bacana, legal ou bom é pouco.
É necessário superar minhas expectativas.
Voltar os olhos para mim como quem vê o sonho realizando.
Tocar minha pele como pedra preciosa.
Beijar minha boca como último alimento em vida.
Pensar em mim, sonhar acordado e lembrar com sorriso.
E assim, tomado de mim, desejar que a vida seja boa e recíproca.

16/03/15
Jurei a mim. A minha pequena existência apartada de mim. Jurei também a minha mãe. Àquela que me criou. À Mãe de Jesus. Às mulheres relevantes da minha vida. 
Não dou um passo em direção à maldade, Recuso igualar-me no sub. Não por ser (infinitamente?) melhor. Nem por deter conhecimento do porvir.
Apenas por aceitar, compreender e viver da certeza que no futuro, esta escolha será minha vitória. Que abdicar da ignorância será minha escada. Abrir mão por quem eu amo, me fará a melhor aos seus olhos. 
Sim, tenho um objetivo ao decidir agir ou simplesmente não dar um passo. Faço minha base na confiança, no crer, na fé. 
Assim, poupe-se, pobre criatura nefasta. Se sua insistência é grande, minha teimosia no acerto sempre será maior. Melhor. Infindável.

16/03/15
Olho incansavelmente meu ser apartado de mim e não entendo NADA da vida. Quanto mais a abraço, beijo, sinto o cheiinho, mais me convenço que, apesar de todas as dores e abstinências vividas, preciso manter-me firme no propósito de "não".
Não retrucar, não responder, não apelar, não devolver, não, não...
Numa luta silenciosa, sem alardes nem torcidas, apenas fazendo o que manda o coração.

16/03/15
Sinto-me Gertrudes nas forças que dominam toda minha existência. Minhas dúvidas ou dores cedem à força inquestionável dela.
Tita, quando amo, apaixono ou mexo panelas repletas de sentimentos, emoções, mesclas íntimas minhas.
Mulheres distintas em suas forças, semelhantes na firmeza de crenças.
São duas, três, quando vejo do alto. E seja qual for o momento, olham-se carinhosamente, respeitando-se e admirando-se. Vivendo lado a lado, Gertrudes, Tita e a delicada fusão de ambas.

06/03/15