Num piscar de olhos
Num momento único
Num átimo, assim
De repente

Saio ao vento 
Aguardando 

Vem o cheiro
A luz branda
O toque suave
Na luz branca

Você
Assim pra mim.

Então eu vi.
E segui com os olhos.
Tive vontade de chamar pelo nome, mas presa pela mão que me segurava, fiquei.
O passo que quase dei, ficou suspenso no ar por poucos segundos.
Suficientes para me imaginar dando-o.
E completando com outro.
E mais outro em sua direção.
O trêmulo sorriso forçando meus lábios.
Rasgando minha resistência.
A boca toda.
Olhos de luminosos noturnos.
Piscando intermitentemente.
Narinas infladas.
Captando seu cheiro de longe.
Sonhando acordada com ele perto.
Coração sufocando na garganta.
O ar que não consegue passar.
Então a mão na minha mão, com um suave puxão, traz meu eu de volta.
Traz minha atenção agora.
Enquanto você vai passo a passo distante cada vez mais.

Amar com o coração aberto. 
Em fendas estreitas, não há espaço para todo meu ser passar...

O amor me trouxe alegrias.
A paixão me trouxe angústias.
A maternidade me trouxe respostas.
E me trouxe perguntas.
A morte me trouxe saudades.
A viagem me trouxe o novo.
A verdade me trouxe tristeza.
E também trouxe certeza.
Eu sou uma e múltipla, sou frente e verso e mais, o avesso.
Sou legítima, crua, madura. E verde, novata, pronta.
Sem medo, arriscando, tentando.
Fazendo, acertando.
Parada, nunca!

Sou mais hoje.
Mais velha.
Mais experiente.
Mais tolerante.
Mais paciente.
Mas nem sempre o mais me faz melhor.
Em algumas situações, preciso de menos.
Menos tensão.
Menos pressa.
Menos pressão.
A dose certa, no equilíbrio, é que aperfeiçoa meu dia.

Nasci no quintal da Serra da Mantiqueira. Depois vivi no quintal da Serra do Japi. Hoje vivo no quintal da Mata Atlântica. Eu escolho muito bem meu amanhecer... 

Eu me encanto em sofrer. Sofro de tanto pensar, sofro de tanto viver. Sofro mais de amar, sofro para depois quase morrer. Eu sofro e sofro de querer. Sofro de tentar, de jurar e crer. Quero viver sem sofrer, mas o bom de verdade, aquele que me eleva, vem de esperar e depois de sofrer.

Às vezes, é assim... sinto-me a terra rachada, árida, seca...
Noutros momentos, em sua maioria, o que vem da terra, mesmo contra os anseios alheios. Floresço, saio do broto e escandalosamente abro-me para o sol. Sem medos, apenas sendo eu.

Apesar das adversidades...
Das dificuldades...
Da torcida contra.
Troco pelo sorriso de quem me ama!
A sinceridade de quem se importa!
A presença de quem é verdadeiro!
Bem-vinda, semana!!!

Amor, dentro de mim vai.
Fica, coração.
Sentimento que toma meu ser.
Lembro da vida junto a você.
Minha memória é "amadora" profissional.

Faça do lugar comum um lugar extraordinário!

Orgulho? De ter nascido, amada, ter família. Da minha cidade linda e arborizada. Das experiências que a vida permitiu que eu vivesse. Dos lugares que conheci. As pessoas com as quais me relacionei. Das que ficaram. Das que me ensinaram. Inclusive a não ser como elas. Dos amores. Dos verdadeiros. De ter aprendido. De ter chorado e rido. De ser mãe, de ser filha. Dos meus valores. Das construções da vida. De quem até hoje me acrescenta. De amar. Me doar. De ser eu, da minha essência. 
O resto? São pequenezas...

Não sei se o abraço ou se entro com você numa queda de braço.

Não posso...
Não devo...
Não aceito...
Perder: meu tempo. Ele é precioso. Conscientizo-me disso e faço de cada minuto produtivo. Não trabalhado exaustivamente, mas dirigido e nos trilhos. 
Minha paciência. Comunico-me e caso isto parta para uma discussão ou uma saraivada de desculpinhas, simplesmente levanto uma das mãos e digo: certo, certo... deixa pra lá. Ganho tempo e saúde com isso. As mentiras me enojam e desprezo atitudes alheias que servirão apenas para me aborrecer.
Amor. Era até bonito da minha parte desejar sentir isto pelo mundo. Mas a incontestável realidade demonstra que ele é grande demais e nunca conseguirei atingi-lo por inteiro. Que não é por serem amadas que as pessoas amam. Assim, tenho amado quem me ama e tocando o coração de quem se permite. E os outros? Terão outras pessoas que façam isso por elas.
O que não posso mudar, o que não consigo controlar, o que não posso fazer: quando compreendi que o mundo não está em minhas mãos, vivi.

Planejei e determinei toda minha vida. Sei como fazer isso dar certo. Sou inflexível quanto a isso, tudo sairá como o planejado. Viverei aguardando ser pega de surpresa!

Enquanto dor, ainda amor.

Pensamos sempre que algumas pessoas são para sempre. E são. Falo de muitas delas diariamente, não se passa um dia sequer sem que eu não faça uma menção ou outra sobre fatos ocorridos ou situaões vividas.

E falar da minha Dalila, minha Dalilinha, sempre foi tão comum para mim que a distância física nunca representou uma dificuldade ou transtorno; mais que estar em minha mente e pensamento diário, esteve, está e estará sempre em meu coração, dentro do mais íntimo de mim, da minha vida e vivência.

Como diria Dr. Lauro Corrêa, "meu anjo bom, Dalila", minha amada, parte maior da minha vida, de onde eu soube sempre tirar exemplos e (confesso, vergonhosamente) pouco coloquei em prática, meu assunto de todos os dias, minha preocupação, minhas respostas, minha, minha, minha. Egoísta e orgulhosamente MINHA.

Se me precedeu, que prepare para mim um lugarzinho humilde mas de sol, luz e calor a seu lado, pois ao reencontrá-la, MÃE, AMADA, MINHA, nada mais desejo senão abraçá-la e sentir o conforto dos seus braços ao meu redor e seu cheiro de doce liberdade, FINALMENTE!

Não sou eu que a perco, mas o mundo MAIOR que a ganha de volta. E humanamente exponho-me afirmando: que inveja!

O tamanho do meu amor que seja medido pelo infinito tantas vezes conseguir vezes a distância da Terra e do sol. Assim, quem sabe, alguém poderá entender o sentimento que nos une e unirá todos os dias de nossas existências. Amém.

Trabalha, minha Dalilinha, pois a vida apenas começou!

Meu amor e respeito, minha saudade e adoração a você, minha heroína. Vivi, sua filhi.